Tempo: Prisão ou Liberdade?
Desde que nossos primeiros pais deixaram a eternidade para trás, temos sido prisioneiros do tempo. O relógio tornou-se um inimigo opressor e o homem desaprendeu a viver o presente. O passado para muitos é como um pesado fardo do qual não pode libertar-se; E o futuro mina suas mentes com multidões de perguntas sem resposta. Mas, o que não percebemos na maioria das vezes é que ser prisioneiro do tempo é como estar encerrado em uma gaiola com a porta escancarada. Ignoramos o fato de que o mundo inteiro está aberto como um livro em cujas páginas deveriam ser registradas a nossa história e limitamos assim o nosso viver a um pequeno espaço ao redor de nós mesmos. Mas o próprio Inventor do tempo veio para indicar-nos a porta para liberdade.
A pergunta que surge então é: Deus criou as horas, os dias, semanas, meses e anos para aprisionar o homem? Não. Ele tinha o propósito de garantir-nos a liberdade de desenvolvimento porque tudo o que Deus cria é passível de crescimento. Ou seja, o tempo era e ainda pode ser um presente para nós. Davi entendeu isso quando disse: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios.” (Salmo 90:12) Vivenciar cada etapa da vida é fundamental no processo de construção de quem somos, da nossa história. Então está tudo bem sentir saudades do passado ou construir planos para o futuro, isso é o que dá cor às nossas vidas.
Enfim, o que é então que nos mantém presos no tempo? É o fato de que sempre esquecemos que o mundo não gira ao nosso redor; nesse sistema somos a Terra e não o Sol. Enquanto estivermos focados em nós mesmos, seguiremos carregando uma história que não gostaríamos que fosse nossa e sonhando os sonhos que nunca nos farão pessoas realizadas. Já dizia uma sabia escritora: “quando nos esquecermos de nós mesmos, faremos coisas que jamais serão esquecidas”. Trata-se de viver para outros, de doar o tempo que recebemos, de entender que ele não pertence a nós.
O mais perfeito exemplo disso é o próprio Jesus. O Criador Eterno subjugou-Se ao tempo a fim de romper a prisão e dar a Seus filhos a oportunidade de sair da gaiola. Ao entregar-Se sem reservas, o Senhor gravou Seu nome em toda a história da humanidade, para jamais ser esquecido. E quando levantou-Se da morte, Cristo demonstrou que o cessar do pulsar do coração não significa que o tempo se acabou. Mas Cristo Se tornou o próprio tempo. Fez-Se princípio e fim, alfa e ômega, passado, presente e futuro. E é por isso que já não necessitamos sermos prisioneiros, mas livres em Jesus.
Jussara dos Santos silva
A entrega total ao Espirito Santo para Ele nos capacitar e habilitar para ser vaso nas mãos de Deus.